Paulo Otávio - Judô

Sou Paulo Otávio Brandão Santos ,tenho 13 anos. Sou atual Tri Campeão Mineiro e Tri Campeão Brasileiro de Judô na categoria Infantil. Patrocinador:Unimed Divinópolis. Enfim: Sou pequeno no tamanho, mas grande no potencial!!!!

Divinópolis


Quem passa hoje pelas ruas de Divinópolis nem imagina seu belo passado. A cidade pólo do Centro-oeste de Minas, uma das mais modernas da região, com tantas escolas, faculdades, indústrias, lojas, fábricas, shopping e cinema nasceu bem pequenina, em um lugarejo afastado, um cerrado de uma Minas mais tranqüila, inocente e desabitada. Hoje Divinópolis esta órfã de algumas de suas mais saudosas construções, como a capela do Espírito Santo e São Francisco de Paula, a antiga Igreja do Rosário, a Praça da Estação, o Convento dos Franciscanos e as antigas Cadeia e Câmara Municipal.
Em 1750 já se conhecia o lugar como Passagem da Itapecerica, devido a Cachoeira do Itapecerica, dizem, nome dado pelos emboabas à Cachoeira do Niterói, onde faziam a travessia do rio, Itapecerica (Ita-pissirica) em Tupi-Guarani significa pedra molhada e escorregadia.

Em 1767 foi iniciada a construção da capela do Espírito Santo e São Francisco de Paula no Largo da Matriz, onde hoje é a Catedral. O primeiro documento escrito, datado de 1770, foi uma certidão de doação de terras a referida capela, a primeira igrejinha do lugarejo que já apresentava um aparente crescimento. Em 1775 houve o reconhecimento da doação, ano também em que o lugarejo foi elevado a curato, um grande passo para seu crescimento e desenvolvimento.

Um incêndio em 1830, causado por uma vela deixada acesa por um sacristão, destruiu completamente a capela, a Matriz, causando um desespero geral na população, que levou tempo para apagar o fogo e que via naquele acontecimento suas vidas mais amuadas. Naquela época tudo girava ao redor da pequena igreja que era o referencial do lugarejo, e como sua perda foi tão desastrosa para todos, um ano depois já havia uma movimentação para reconstrução da Matriz, sendo concluída em 1834.

A escravidão estava por todo o país e Divinópolis não fugiu à regra. Já eram constantes e populares as festas de reinado por aqui, sendo realizadas até mesmo dentro da Matriz. Os brancos porém, não gostando nada disso, resolveram construir uma igreja só para eles, e assim foi feito, em 1850 inicia-se a construção da Igreja do Rosário, onde hoje é o Mercado Municipal. Neste mesmo ano foi instalada no Espírito Santo do Itapecerica a primeira escola pública primaria.

O último dos casarões de dois andares mais antigos que restou, apesar de ter perdido uma parte de trás, é o sobrado que hoje funciona o Museu Histórico de Divinópolis, só ele já da pra contar muita história, desde a sua construção, feita por 200 escravos em apenas 40 dias. Na época do Arraial do Espírito Santo ele era o melhor imóvel da localidade e já foi Posto de Saúde, Escola Normal Dr. Mario Casassanta, residência das Irmãs do Sagrado Coração, sede do Comissário da Província de Santa Cruz, Colégio Seráfico, Cúria Paroquial e residência dos padres, Grupo Escolar Dona Antônia Valadares, Escolas Reunidas Monsenhor Domingos. Sabe-se também que foi lá realizada a exibição da primeira sessão cinematográfica no município.

Em 30 de abril de 1890 foi inaugurada a Estação Henrique Galvão. A linha férrea do Arraial era chamada de bitolinha, devido à bitola (largura entre os trilhos) que era de apenas 76cm. Mais tarde um nome singelo e carinhoso foi dado a esse ramal, era o Trem do Sertão.

O arraial foi tomando ares de modernidade, com a linha férrea trazendo gente nova e com pensamentos diferentes, foram se implantando novos hábitos, novas tecnologias, religiões, culturas e conhecimentos.

Divinópolis até então já tinha passado pelo comando de diversas comarcas, como Sabará de 1711 a 1744, Vila São José do Rio das Mortes de 1744 a 1758, Pitangui de 1758 a 1847 e Itapecerica de 1847 a 1912. Agora já era hora de se criar o município, e assim foi feito em 30 de agosto de 1911 após muito sonho e luta. Em 1912 a nova Vila Henrique Galvão se preparava para erguer os prédios da Câmara Municipal, do grupo escolar e da cadeia. No dia 1º de junho deste ano, em um sobradinho da av. Independência (hoje av. Antonio Olímpio de Moraes), esquina da rua Itapecerica, ao meio dia, foi empossada a primeira Câmara Municipal eleita, que nas reuniões seguintes se discutia um novo nome para o município, mais moderno e definitivo. Dentre os sugeridos estavam Alexandria, Palmeiras e Cachoeira do Ouro, mas o que agradou mesmo a todos foi Divinópolis que passou assim ser chamado em 3 de setembro deste mesmo ano.

Foi instalada a oficina da estrada de ferro que já em 1915 colocava em atividade a sua usina hidrelétrica. Quando foi iniciado seu projeto, em 1911 a represa descaracterizou as Cachoeiras da Itapecerica, aquelas mesmas que foram o primeiro referencial da região. Estas até então possuíam uma corredeira que vinha desde a curva do rio, no bairro Esplanada até a ponte do bairro Niterói. A corredeira do rio foi destruída sem nenhuma reação de caráter histórico ou de preservação de sua beleza natural.

No mês de fevereiro de 1916 foi inaugurada a nova estação da EFOM, que passou a se chamar Estação de Divinópolis, sua edificação ainda hoje sobrevive no início da rua Rio de Janeiro, quase atrás do Pronto-Socorro. No dia 11 de setembro de 1920 foi inaugurada em Divinópolis a luz elétrica.

O 1º ônibus urbano de Divinópolis foi o “Grizu”. Na verdade ele parecia mais um bonde do que um ônibus, possuía a carroceria de madeira e as laterais abertas, foi trazido de São João Del Rei em estado deplorável e aqui reformado em 1925. Fazia um trajeto diário do Largo da Matriz passando pela av. 1º de Junho até a rua Goiás com 21 de Abril.

Setembro de 1932 foi inaugurada a Usina do Gravatá, pioneira na produção de álcool motor extraído da mandioca. A primeira bomba para abastecimento com álcool motor foi inaugurada em 2 de dezembro de 1934 na esquina da rua São Paulo com av. 1º de Junho, depois foram instaladas em Belo Horizonte, Bom Sucesso, Lavras e outros pontos do Estado. Recentimente o antigo prédio da usina foi reformado e transformado no Teatro Municipal.

Em 16 de janeiro de 1937 é autorizado o ajardinamento da Praça da Estação, nome posteriormente alterado para Praça Benjamin Constant. Foi inaugurada em 1939 e era um dos mais agradáveis e belos pontos da Divinópolis de antigamente, tinha um romântico coreto e suntuosos jardins. Infelizmente hoje ela não existe mais, pois apesar de haver tantos lotes vagos, foi demolida para construção da antiga estação rodoviária, que também já foi demolida para construção do atual pronto-socorro.

Ainda em 1937, com os traumas da revolução de 32 as famílias de ferroviários paulistas começaram a ser removidas para Minas Gerais. Foi Divinópolis que recebeu grande parte dessas pessoas, resultando em um considerável desenvolvimento para o município.

A ponte de madeira que interligava a cidade ao bairro Niterói foi parcialmente destruída por uma enchente em 1939, sendo substituída por uma maior de cimento armado. Esta ponte era importante como ligação rodoviária com a capital do Estado, que era feita na época via Pará de Minas. A nova ponte veio trazer progresso ao bairro Niterói, como a construção da Igreja do Senhor Bom Jesus, que tivera início em 1936, e melhorias na estrada que ligava a Belo Horizonte. Com isso foi inaugurada em 1940 a primeira empresa de ônibus ligando Divinópolis a Capital, no início a viagem tinha duração de 5 horas e a jardineira, como era chamado o ônibus da época, tinha cobertura de lona e janelas sem vedação, o que cobriam seus passageiros de poeira.

Na década de 1950 houve em Divinópolis um crescimento bastante ativo, principalmente pelo comércio na rua Goiás, siderúrgicas (esta foi a década do ferro-gusa), implantação de novos colégios e faculdade, eletrificação da linha férrea de Belo Horizonte a Divinópolis, começaram as atividades para instalação do Centro Industrial, instalação da Companhia Telefônica de Divinópolis e construções de hospitais.

Em 1958 foram demolidos a Igreja e Cemitério do Rosário para construção do Mercado Municipal, prédio hoje descuidado e quase sem expressão para a cidade. Foi também demolida a Matriz, com a construção da atual catedral em 1960.

Na década de 1970 outros avanços foram realizados, como asfalto em algumas ruas, reforma da rede elétrica, tirando os postes que antigamente eram no meio da rua, construção do viaduto do Porto Velho e uma grande reformulação das ruas da cidade.

Por outro lado, o desenvolvimento divinopolitano nos anos 50, 60 e 70 foi o mais depredatório de todos, levou a baixo a câmara, a Praça Benjamim Constant, o prédio da cadeia, a antiga Matriz, o obelisco da Praça Benedito Valadares, o convento dos franciscanos, a Igreja do Rosário. E assim continua até hoje, casas antigas estão sendo descaracterizadas... Quando não são demolidas para construção de prédios, uma construção de uma antiga gráfica acima do Santuário está caindo aos pedaços, com janelas quebradas, sem telhado e sem paredes, enfeando o centro da cidade.

Dos anos 80 até os dias atuais uma nova onda de progresso atinge Divinópolis, nova reformulação de ruas e ampliação da cidade com criação de novos bairros.